Eu sei que tudo pode acontecer....

No caminho de casa, quando liguei o som, após alguns rebolations no rádio tocou uma música que há muito não ouvia, uma canção que me recorda os bons tempos de colégio, uma melodia que embalou muitas coisas boas, muitos acontecimentos que eram de uma grandeza absurda, e quem viveu sabe do que eu estou falando, e aquela música tão empolgante, e ao mesmo tempo tão emocionante me fez recordar de pessoas que álbum nenhum as tem, pessoas que sinceramente, lembrarei para sempre, de palavras, de gestos, de sorrisos de confusões, porque não só de alegria vive o homem. O ano foi 2006, semelhante e ao mesmo tempo tão diferente desse que estamos vivendo, também era copa, também iríamos ter eleições e as discussões acerca desse assunto tão polêmico iam muito além dos corredores do colégio, aos pontos de ônibus, aos clubes frequentados por estudantes sonhadores e cheios de bom humor, por estudantes que desde já sabiam o que queriam, alguns nem tanto, é verdade, mas a maioria estava com os pés fincados no chão, e, no entanto, viajavam como bons garotos sonhadores. Era uma época de reciprocidade, de alegria nas coisas mais simples, nas gincanas, nas feiras ou em qualquer outro evento que o colégio inventasse em fazer, era tudo motivo de festa, e hoje nos resta a lembrança, nos alegra em saber que o fulano geólogo está chegando lá, que os juristas estão na fila para o sucesso, que os publicitários já vão se formar, que as assistentes sociais já estão na monografia, e em saber que mesmo quem não sabia resolveu saber, resolveu arriscar e ser feliz, e que bom, que bom que tudo está se encaminhando para um futuro, muito provavelmente próspero, e ademais, que bom que somos todos felizes.

Aloysio Smith